domingo, 13 de abril de 2014

Análise: The fault in our stars | A culpa é das estrelas

          Em Indianápolis, vive uma rapariga de 16 anos, chamada Hazel Grace Lancaster. Hazel sofre de cancro nos pulmões, por isso tem de utilizar um tanque de oxigénio, que leva para todo o lado, para a ajudar a respirar. Depois de a sua mãe a convencer a ir às sessões de um grupo de apoio a jovens com doenças terminais, Hazel conhece lá Augustus Waters, conhecido como Gus, e Isaac. Gus sofre de Osteossarcoma e usa uma protese a substituir a perna que já perdeu por causa da doença. Isaac tem cancro nos olhos. Já não tem um olho por isso e está prestes a perder o outro. Hazel desperta a atenção de Gus, e estes começam a aproximar-se com o convite dele para verem um filme juntos. 


          A medida que a confiança aumenta entre eles, Hazel aconselha-o a ler o livro An imperial affliction, de Peter Van Houten. Contudo, tanto ela como Gus acharam o final do livro muito incompleto (quase nem houve final). Decepcionados, ambos entram em contacto com o autor e a sua assistente, residentes em Amesterdão. Estes dizem-lhes que não podem revelar o futuro daquelas personagens por e-mail, pois eles podiam ir publicá-lo na internet. A única forma de descobrir o verdadeiro final do livro seria viajar para Amesterdão. Uma instituição que realiza sonhos a jovens com doenças crónicas concede a Gus o sonho de ir a Amesterdão com Hazel. 

          Gradualmente, eles apaixonam-se um pelo outro, aprendem um com o outro e vivem com intensidade uma vida, que pode ser curta, mas que vale a pena ser vivida, para que possam deixar a sua marca e nunca ser esquecidos.


          TFIOS (A culpa é das estrelas) é um livro que, apesar de ser ficcional, é bastante real, pois retrata o amor na juventude, a situação das doenças terminais e a importância de aproveitar a vida ao máximo.

           Este não é o meu estilo de livros. Na verdade, acho que nunca tinha lido nada do género. Foi a minha primeira experiência com uma história tão realista e romântica. Muita gente ficou fanática por este livro, e foi por isso que resolvi experimentar. Eu não achei que o livro fosse assim tão impressionante. É comovente e bonito, é verdade, mas não é mais que isso, na minha opinião. É uma história simples e realista, boa para uma leitura leve. Não estou a dizer que não gostei, pelo contrário, estou só a afirmar que não achei o livro tão especial assim. Devo admitir, todavia, que gostei bastante dos desabafos, pensamentos e lemas de vida de Hazel e Gus, pois achei-os muito inspiradores e, estes sim, foram marcantes. 



          Apesar de não o ter achado o livro do ano, é deste livro que eu tiro uma das minhas personagens favoritas de todos os livros que li na vida. Essa personagem é Augustus Waters. Gostei dele porque foi, a meu ver, a personagem mais encantadora no livro (até mais que Hazel). Inspirou-me toda a maneira de ver o mundo e a filosofia de vida dele.

          Identifico-me bastante com ele pois, tal como ele, acredito que cada um de nós deve aproveitar a vida e deixar a nossa marca no mundo, para que evitemos os esquecimento trazido pela morte. Afinal de contas, para quê viver num mundo tão vasto, cheio de coisas tão diversas, sem o explorar, sem o conhecer e sem fazer algo de novo nele? Viver num mundo assim sem se ser conhecido é, para mim, um pouco triste. É como se o mundo perdesse sem saber que perdeu. 



          Achei muito interessante a forma como Gus utilizava os cigarros: este pegava neles, punha-os nos lábios, mas não os acendia. Para ele, o acto que nos faz mal à saúde não é fumar, mas sim acender o cigarro, pois estamos a dar autorização para que um objeto destrua o nosso organismo.
          Outro especto que achei fantástico em Gus é o facto de ele dizer aquilo que sente no momento preciso, de não ter vergonha de expressar as suas emoções. Ele por vezes chega a ser descarado, mas num sentido sempre hilariante, nunca passando dos limites. Isto só revela a ideologia de vida dele: aproveitar a vida e evitar o esquecimento. É por isso que, quando ele está a jantar com Hazel, não tem quaisquer problemas em dizer-lhe que está apaixonado por ela. Ele diz o que sente hoje, porque não sabe se amanhã estará cá para o dizer.



          Quanto a Hazel, achei-a uma rapariga um tanto deprimida e pacata (o que se compreende, dada a sua situação). Contudo, não gostei tanto dela como do Gus. Acho que ela dizia o que lhe ia na alma sem pensar nas consequências, acabando por magoar as pessoas à sua volta, que só lhe queriam bem. Por várias vezes ela exagerou no que disse aos pais, chegando mesmo a ofendê-los (de uma certa forma).
          Este é um especto em que ela e Gus eram opostos: ele era, por vezes, descarando, mas nunca ofendia ninguém, era sempre cómico. Hazel era muito temperamental, não pensando andes de dizer.
          Contudo, há algo que Hazel dizia e que tenho de concordar. Enquanto que Gus receava o esquecimento depois da morte, Hazel defendia que o esquecimento, não só é inevitável, como também poderá ser útil, pois quanto menos gente ela conhecer, menos gente ela magoa quando morrer. Não me identifico com esta última parte, mas tenho de concordar quando ela diz que é inevitável sermos esquecidos após a morte. Por mais que concorde com Gus e por mais que ache isso triste, é frequente vermos esquecida a existência de muita gente que morre. 



          Devo dizer que o final, apesar de comovente, deixou muito a desejar. Gostava de saber como foi a vida de Hazel depois do livro ter terminado, quanto tempo ela teve de vida, com que idade morreu, como é que os pais seguiram em frente, se tiveram mais filhos, se Isaac voltou a ser feliz com uma nova namorada. Até mesmo o final de An imperial affliction não foi bem definido. Não se chegou a saber exactamente o que aconteceu às personagens, o que achei mal, visto que esse era um dos desejos de Hazel e um dos objectivos do livro. Talvez o John Green desejasse que o TFIOS fosse semelhante a AIA, dado que um final aberto pode dar muito que falar.

          Apesar de tudo, esta foi uma boa leitura. Não foi fantástica e marcante, mas foi memorável e inspiradora. No Verão, estreará a adaptação ao cinema deste livro, realizado por Josh Boone e com Shailene Woodley (Hazel Grace) e Ansel Elgort (Augustus Waters) nos papéis principais.


2 comentários:

  1. Concordo plenamente com a vossa review, gostei bastante por não ser igual à opiniao de toda a gente que isto é uma hstória maravilhosa. Continuem.

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    1. Muito obrigado pelo apoio. Fica atento aos próximos posts :)

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